A minha história:
Tudo começou quando a minha mãe teimou em me ter no local de onde ela era originária. Parece que na altura era um hábito. Assim, além de ter sido "produzido" bem mais longe, nasci no primeiro andar do hospital de Monção, mais precisamente, num quarto com a janela virada para a Galiza e o rio Minho. Isto aconteceu às duas da manhã.
Antigo hospital de Monçáo
Depois do nascimento, vivi em diversos locais. O que é certo é que tive uma infância boa, uma adolescência ótima e agora, que já sou "cota", também a vida me tem sorrido, além de algumas peripécias pelo meio.
Neste momento, atravesso, em termos de idade, a quarentena. Como todas, esta, também é uma bela idade. Se a gente apreciar os bons momentos da vida então, certamente, que se habituará a esta porque ela faz parte do cíclo.
Assim, aos 17 ou 18 anos fixei-me em Viana do Castelo, mais presisamente, em Areosa, onde os meus pais têm uma casa e o meu pai é originário. Nesse cenário, estudei, trabalhei, namorei e fui para a tropa. No meu regresso, continuei a trabalhar e, entretanto, casei-me e morei num apartamento em Viana.
Em Dezembro de 2007, estava em Santo Tirso, na apresentação de um novo modelo de carro quando o meu telemóvel começou a tocar. Era a minha mulher a dizer-me que tinha recebido um convite do Hospital da Horta, no Açores, para trabalhar no ramo que ela escolheu. Bem, eu não tinha muito tempo para pensar. Ou dizia que não, e ela não ia, ou dizia que sim e ela ia. Após rápidamente pensar nos prós e contras, até pelo tipo de contrato, achei por bem que ela fosse. No Carnaval, tirei uns dias de férias e embarcamos os dois para o meio do Atlântico. Quando chegamos à Horta, alugamos uma casa e a minha mulher foi para o hospital. Ao fim de uns dias eu tive que regressar e voltar ao meu trabalho. Devo dizer que a minha mulher aguentou-se até Junho, o tempo de se integrar e ganhar alguns conhecimentos. Acabou por vir ter comigo a Viana e ganhou mais um pouco de experiência num hospital de Pontevedra, na Galiza. Por entre trabalho e viagens à Galiza o tempo ia decorrendo. Numa dessas viagens, em conversa, os dois decidimos que o melhor seria ela "voltar para a ilha". Isso aconteceu e eu, despedi-me do meu emprego em Viana e juntei-me a ela em Abril de 2009. Neste momento o cenário é este.
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Nesta alturam, enquanto a minha mulher me dá todo o apoio e vai para o hospital, eu vou recuperando em casa e, de vez em quando, vou até à fisioterapia. Frequentemente, vejo na fisioterapia o Vitor, que também sofre de uma doença rara, como eu, daí ter posto neste blog um filme feito pelo Carlos, fisioterapeuta dele, de maneira a que ele possa ir ao Brasil, em Julho e aí seja submetido a um tratamento experimental. No Brasil, porque parece que lá o estudo dessa doença está mais avançado. Aqui a minha mensagem para ele é de: "- coragem Vitor, vais conseguir".
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Já perceberam que, depois deste àparte, volto neste espaço a agradecer à Neurocirurgia do Hospital de São João, principalmente às pessoas, são elas que dão nome às coisas, quer sejam administrativas, pessoal da limpeza, auxiliares e, sobretudo aos enfermeiros, médicos, incluindo os fisioterapeutas, que também me aturaram e, também, ao Prof. Dr. Cerejo que, além de operador, foi para mim um "special one".
OBRIGADO A TODOS.